terça-feira, 18 de janeiro de 2011

À MERCÊ DA CASUALIDADE















No errante devaneio das horaS mortas
busco o poeta e suas palavras, busco
não a razão, mas o pulsante coração
do pensador que pelo inexplorado se
inflama de paixão.


Almas se deleitam e procuram a
bondade dos versos, o portal de
acesso para um mundo de
sublimação, e sensibilizado sou
tomado pela excitação de parir uma
nova criação.


Mas com o vento ressoa pelas
palmeiras a suave voz de uma sereia,
cortando a noite e em meus ouvidos
sussurrando inspiração, trazendo às
palavras sua poética ascensão.


No longínquo procuro a inefável
expressão de um cândido e fulgente
rosto que me olha do âmago do
oceano, trazendo com as ondas e o
vento a paz e um terno sentimento.


Ecoando e cantando, em minha
cabeça aquela voz, sua voz, persiste
em cHamar, para mundos ainda não
encontrados me convidar e aos
secretos lugares do profundo levar.


À portadora dE um nome que não
precisa ser pronunciado quero falar,
mas até quando hei de sua vinda
esperar e sob a luz do firmamento
navegar para com ela poder estar?


Um dIa fomos estranhos um para o
outro, até que uma branca pomba
ouviu a triste prece de um só
explorador e aproximou nossos
corações, ignorando a distância e
suas limitações.


Não quero e tenho mais como te
esquecer, tu és a centeLha que me
fez em alegria renascer, mas como
posso agora viver sem te conhecer e
somente no nebuloso infinito do
sonho te ver?


Sofro cAlado por nunca ter ao seu
lado estado, navegando
desorientado, jamais apaziguado, e
contristado meu espírito viaja sete
mares de eternidade à mercê da
casualidade.


Lucas O. Ornaghi

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