sábado, 3 de abril de 2010

TERRA DOS SÓFOS


Vacante a alma humana sustenta sua existência,
confinada a uma alienação que perpetua calada
a sua dolência.

Desgostoso o homem fecha com tijolos o mundo
além dos seus olhos, e o universo em solidão
chora sem ser encontrado pelo devaneio poético.

Sentado na Lua, um poeta viaja agora em seus
pensamentos rumo ao insólito, percorrendo
caminhos ínvios para atingir mundos inefáveis.

Na noite sombria a poesia renasce indelével e
sublima o ignoto, e nela o poeta vê além da
gnose da qual se vangloriam os ressabidos.

Na terra dos sófos luzernas cortam as trevas
da noite e são perseguidas por passos céleres, o
som que ecoa das paixões reprimidas da psique.


Lucas O. Ornaghi