sábado, 16 de outubro de 2010

ETERNO FOGO DE MEUS DEVANEIOS

Caminhando nas horas mortas pelos salões
vazios é fácil te avistar, mas é difícil
conseguir te decifrar. Só tu podes me levar a
qualquer lugar, e não sei o que de ti esperar

a não ser o misterioso a desvendar.

Na primeira vez que nos tocamos com os
olhos tu consumiste a alma e me deste um
negro coração, o mundo obscuro de um
alienado distante da razão.

Em ti através do tempo posso viajar, num
devaneio ao infinito escapar, a insanidade
libertar, meus demônios e fantasmas
enfrentar e novos mundos encontrar,
quando sua secreta chave dimensional usar.

Em minha cabeça tu vais entrar, meus
pensamentos penetrar e por mais que eu
tente, depois não mais me vai deixar separar
meu coração da minha mente.

Assim como não há chama sem um fogo, tu
acendeste em mim a ambição de um poeta,
mas para sempre me escravizaste, uma vez
que tu és o eterno fogo que alimenta meus
devaneios.

Num mundo de profunda escuridão passei a
acordar, a caminhar, a explorar, a de
inspiração me inflamar, a sua dor poetizar, a
sua essência captar.

Tu és tudo e ao mesmo tempo és nada. Tu
és a escuridão, tu és a minha luz. Tu me
fazes vaguear, nos sonhos viajar e os
ocultos segredos do universo encontrar
antes de a luz do sol raiar.

Tu és o botão de um amanhã a desabrochar.
Tu és bela, temida, mas precisa ser ouvida.
Eu sou seu, tu és minha, minha fiel amiga,
amante, minha alma conflitante.


Lucas O. Ornaghi