segunda-feira, 27 de setembro de 2010

AMOR DE AMIGO

Em forma de menina um belo anjo em minha vida
apareceu e um poema sobre ele minha alma um
dia o prometeu. Quando minha mão se mexeu e a
caneta o papel percorreu, esse ser angelical em
cada palavra na poesia renasceu.

Tenho tanto a escrever, mal consigo te dizer, e
sem mesmo tão bem a conhecer, gosto de ti
porque estar ao seu lado me dá prazer e não há
como não saber quanta alegria é viver pra ver que
pessoas como tu me fazem querer converter em
um homem melhor do que acredito ser.

Não há como não reconhecer que o que sinto
ternamente por ti, fiel amiga, vai jamais perecer, e
mesmo não sabendo o que vai se suceder, é certo
que não te farei nem te deixarei sofrer, pois assim
como o Sol amanhã irá nascer, nossa amizade
nunca irá desaparecer.

Por mais que pelo vale das sombras venhamos a
andar temos um ao outro para nos apoiar e as
trevas da vida juntos dissipar, e minha mão nunca
vai deixar de estar, nunca te vai abandonar, já que
no coração sempre te vou guardar e o amor de
um verdadeiro amigo te dar.

Não pense que quero mais do que seu meigo
sorriso apreciar, porque o que mais almejo ganhar
é um semblante alegre em ti encontrar. Mas se
lágrimas tiver para derramar, não hesite em meu
ombro se aproximar para que a possa confortar,
pois mesmo anjos como você podem tristes ficar.

Queria eu poder melhor a descrever e a conhecer,
mas agora não resta nada mais relevante a dizer,
a não ser que não despreze jamais o amanhecer
e viva o bastante para não temer o rubro
entardecer que delimita nosso efêmero viver.


Lucas O. Ornaghi

domingo, 19 de setembro de 2010

O SIGILOSO DESABROCHAR DE UM VERDADEIRO AMOR

Ah...sigiloso desabrochar, até quando hei de esperar?
Abstraído e apaixonado não vivo para mim mesmo.
Percorrendo os lugares mais recônditos da mente
tu vens ao meu encontro, arraigada a mim como a
lembrança impossível de esquecer.

Olhando-me com mil expressões, chorando a mágoa,
sorrindo apaixonada, hora orgulhosa e resplandecente
como uma rainha, hora frágil e desamparada como a
flor que tu és, eu me disponho a amá-la.

Nas respirações que meus pulmões se enchem do
viver leviano lembro-me de que só tu alegras a minha
alma e que sem ti eu seria um cenário vazio prestes a
apagar-se, sem alguém para realçar a pintura mortiça
que sou por dentro.

A aurora revela o fulgor de mais uma primavera da
vida e nela a única imagem que eu poderia querer
contemplar e o único pensamento em minha mente és
tu, quem me ilumina, dando sentido à minha existência.

Se eu fosse pedir alguma coisa a Deus, eu pediria a
Ele para parar o tempo, para que a primavera e a sua
beleza durassem para sempre, e assim como uma
chama ardente, o nosso amor permanecesse aceso
pela eternidade.

Cedo é o tempo em que se despertaram nossos
corações apaixonados, mas mesmo alguém discreto
como eu tem de combater os desejos mais intensos

provenientes de uma alma desesperada para amá-la.

Sermos íntegros e verdadeiros nos torna estrangeiros
nesse solo devasso em que pisamos, e sofrendo a
cada dia com paciência tenho resistido viver esse
romance somente nas palavras escritas e poetizadas
com esmero.

Não minto que tenho uma alma pura, sendo torturado
pelo desejo de tê-la em meus braços, sem conseguir
amenizar o fogo que nos consome em cada penetrante
olhar, pensamento, minuto sem estarmos juntos.

Extenuado vivo nesse conflito revoltante entre carne e
espírito, tendo-lhe apenas em olhares que trocamos à
distância. Mas como se tornou insólito o que agora
sinto, zelar por ti é a disposição natural e instintiva da
minha alma.

Embora venham nossas almas na fragilidade de um
último suspiro a se perder, a felicidade transcenderá
os anos em que se ignorará a velhice e o tempo e
a morte não serão mais obstáculo para amá-la.


Lucas O. Ornaghi

domingo, 12 de setembro de 2010

CAMINHANDO NA PRAIA DAS SOMBRAS

Sombria tem nascido a aurora e a felicidade
já não passa de uma imagem vaga em meus
avelhentados olhos. Um denso negrume tem
se irrompido em minha vida e as memórias
de outrora me são as seqüelas do presente.

Dia após dia, acordando em pesadelos, já
não sei mais onde estou. Estaria eu
novamente na praia? Estaria novamente
inserido nessa questão de vida ou morte que
ceifa nossas almas mortais?


Em meus pesadelos, caminhando na praia
das sombras, olho acima de mim para o
céu rubro, avistando nuvens de fumaça e
sentindo uma chuva carregada de ódio
penetrar a face e percorrer o meu corpo.

Em minha alma sinto aqui a morte. Quando
percorro esse lugar sou forçado a observar
um horizonte cercado por um mar vermelho
de sangue injustificado e a sentir a cólera
dos residentes desse solo amaldiçoado.

Na praia das sombras compartilho a
angústia de antigos fantasmas. Eu olho
abaixo de mim, mas não vejo a bela areia
branca, só poeira e cinzas- restos mortais
de um passado sanguinolento e bestial.

Como um eremita prossigo caminhando
nesse ermo que alimenta a animosidade
das sombras que ressurgem, resgatando
aos olhos rostos do passado, marionetes
abandonadas nas trevas do esquecimento.

Hoje campos verdes abrigam cruzes
brancas que se estendem como um mar de
nomes desconhecidos, e é lá que dias de
glória acabaram, com uma salva de 21 tiros,
uma continência militar e uma bandeira.

Quando o amanhã não chegar para mim sei
que lá estarei enfim, esquecido como esses
intrépidos, nada além de um resquício da
areia da praia das sombras, da insanidade
que conduz os homens à perdição.

Lucas O. Ornaghi

sábado, 11 de setembro de 2010

VIDA E MORTE

Velas que se apagam, nada mais que vidas que
se acabam. Ao passo que nascemos para viver,
envelhecemos para morrer. Homens fortes,
homens com sorte, todos provarão o doce sono
da morte.

De fato é um corte profundo na existência, e em
sua insistência o mundo procura recorrer à
ciência, tentando sobreviver a um entardecer
que determina os que partirão e em solidão os
mais íntimos deixarão.

Imprevisível é a sua presença invisível, e
enquanto os dias se adiantam e os anos
rapidamente te desencantam constantemente
o ser humano é surpreendido pelo acaso e
arrependido é levado pelo ocaso.

Claudicações de uma vida mal vivida tiram sua
agilidade e repercutem no desespero de muitos
dos corações que na fragilidade de um último
suspiro elevam suas mais dolorosas emoções
e deixam as mais penosas recordações.

Não há mais o que reparar, não há mais tempo
para se curar, para se salvar, para prantear,
pois seu fim chegou, alguém talvez se magoou,
mas sua essência agora acabou, sua existência
expirou e sua alma a morte ceifou.

Essa sina só fascina o anjo das trevas, mas
enquanto sua temporária eternidade lhe traz
à tona a sua delicada realidade, uma
complicada contrariedade se faz para ele
também verdade.

Se ainda não sabe, a Deus não cabe a vida de
seus filhos tirar, e quem com isso vai ter que
lidar é você, que não sabe se guiar e acha que
sozinho vai conseguir se virar antes de a sua
vez a qualquer momento chegar.

Lucas O. Ornaghi

sábado, 4 de setembro de 2010

DIAS DE FRUSTRAÇÃO














Hesitante e sozinho me vejo dentro dessa prisão,
desse mundo de desmoralização, sem saber
como transpor o tempo, que na dor de cada mal
vivido momento perpetua meu existencial
ferimento, lacunas e sofrimento.

Em cada instante uma dúvida acorda meus
pensamentos martirizando meu coração,
enquanto eu, deitado na escuridão, olho para
dentro procurando com a alabastrina lâmpada
enxergar a razão.

Despertando no sonho da alienação vejo-me
através de um espelho lá fora buscando
gratificação, e longe sempre estou de mim
mesmo e de encontrar uma porta de saída
desses dias de frustração.

Sempre onde estou não é onde quero estar, mas
se vierem me perguntar não saberei a resposta
certa dar, porque um mistério ainda estou a
desvendar, ao mesmo tempo cansado de nessa
vida o ver perdurar.

Minhas pernas cansadas sobem as escadas,
percorrem diferentes estradas, mas meus
olhos tornam errante o meu caminhar quando
buscam o oculto lugar aonde eu possa minha
infelicidade abandonar.

Lucas O. Ornaghi