quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A CÓLERA DA TEMPESTADE

Carrego n’alma a cólera da tempestade,
jaz o trovão em cada uma das palavras,
o vento conduz temerosas expectativas,
a chuva cai irrigando medrosas fantasias.

Sinto-me inconstante como é a nuvem,
que às vezes consente a estiagem,
trazendo tempo sereno após a chuva,
mas que volta com grande fereza e ruína.

Assim é o meu espírito, vil e ardiloso,
que às vezes me logra com boa ventura,
trazendo regozijo e paz em minha vida,
mas que volta com o medo e o desgosto.

Gostaria de carregar a luz em meu íntimo
para evanescer nuviosos pensamentos
e poder me desviar da estrada da morte
que confina o mundo em noite infindável.

Eu tenho procurado a beleza e a pureza,
me enlevado ao poder olhar o universo,
e saudando as estrelas e o cosmos
eu reverencio Aquele que os fez.

Quão triste é viver nessa era de escuridão,
é observar tantas expressões solitárias,
é saber que negamos a nossa origem,
é pressentir a tormenta e sua devastação.


Lucas O. Ornaghi