sexta-feira, 20 de março de 2015

A NOVA ALVORADA DA POESIA












Sonhei com um mundo sem poesia,
aterrorizei-me com uma vida vazia,
adoeci em meio à tamanha apatia.

Estavam todos mortos ao meu lado,
não havia verso a ser compartilhado,
o terror estava sendo decretado.

Um deserto foi o que remanesceu,
apenas a ignorância nele madureceu,
razão e fantasia, tudo se perdeu.

As traças nossos livros corroeram,
gafanhotos também apareceram
e um mundo de ideias eles varreram.

Aquele mundo sem a poesia ruíra,
a massa em agonia se revolvia,
todavia, nada aos tolos comovia.

Mas cada poeta virou um peregrino
que nas sombras afastava o Malino,
erguendo a poesia como ensino.

A marcha final apenas começara,
a liberdade de longe se avistara
e nova alvorada para a poesia raiara.


Lucas O. Ornaghi