quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

OLHOS NA ESCURIDÃO















Sinto o ar do sereno da noite,
noite esta de silêncio e paz,
noite de meditação para mim.

A cidade jaz adormecida agora,
todos sonham e repousam,
mas eu aguardo na escuridão.

Eu espero por mim mesmo,
eu espero pela minha alma,
eu almejo a voz do coração.

Na quietude da noite eu ouço,
venho a escutar com clareza,
achego-me mais a quem sou.

A psique fala sobre ambição,
ela me conta ideias e fantasias,
e também me expõe a verdade.

Lanço um suspiro ao refletir,
ao idear o que o tempo reserva,
ao supor quem serei amanhã.

Há tantos planos e aspirações,
há tanto pelo que se empenhar,
mas o tempo é o da realidade.

Olho o céu sombrio pela janela,
fecho os olhos numa prece e
abrando a minha tempestade.

Abro os olhos na escuridão,
vejo que agora sei quem sou,
sei o que escolhi me tornar.

Fecho os olhos na escuridão,
aquieta-se enfim meu espírito,
une-se meu sono ao da cidade.


Lucas O. Ornaghi