domingo, 19 de setembro de 2010

O SIGILOSO DESABROCHAR DE UM VERDADEIRO AMOR

Ah...sigiloso desabrochar, até quando hei de esperar?
Abstraído e apaixonado não vivo para mim mesmo.
Percorrendo os lugares mais recônditos da mente
tu vens ao meu encontro, arraigada a mim como a
lembrança impossível de esquecer.

Olhando-me com mil expressões, chorando a mágoa,
sorrindo apaixonada, hora orgulhosa e resplandecente
como uma rainha, hora frágil e desamparada como a
flor que tu és, eu me disponho a amá-la.

Nas respirações que meus pulmões se enchem do
viver leviano lembro-me de que só tu alegras a minha
alma e que sem ti eu seria um cenário vazio prestes a
apagar-se, sem alguém para realçar a pintura mortiça
que sou por dentro.

A aurora revela o fulgor de mais uma primavera da
vida e nela a única imagem que eu poderia querer
contemplar e o único pensamento em minha mente és
tu, quem me ilumina, dando sentido à minha existência.

Se eu fosse pedir alguma coisa a Deus, eu pediria a
Ele para parar o tempo, para que a primavera e a sua
beleza durassem para sempre, e assim como uma
chama ardente, o nosso amor permanecesse aceso
pela eternidade.

Cedo é o tempo em que se despertaram nossos
corações apaixonados, mas mesmo alguém discreto
como eu tem de combater os desejos mais intensos

provenientes de uma alma desesperada para amá-la.

Sermos íntegros e verdadeiros nos torna estrangeiros
nesse solo devasso em que pisamos, e sofrendo a
cada dia com paciência tenho resistido viver esse
romance somente nas palavras escritas e poetizadas
com esmero.

Não minto que tenho uma alma pura, sendo torturado
pelo desejo de tê-la em meus braços, sem conseguir
amenizar o fogo que nos consome em cada penetrante
olhar, pensamento, minuto sem estarmos juntos.

Extenuado vivo nesse conflito revoltante entre carne e
espírito, tendo-lhe apenas em olhares que trocamos à
distância. Mas como se tornou insólito o que agora
sinto, zelar por ti é a disposição natural e instintiva da
minha alma.

Embora venham nossas almas na fragilidade de um
último suspiro a se perder, a felicidade transcenderá
os anos em que se ignorará a velhice e o tempo e
a morte não serão mais obstáculo para amá-la.


Lucas O. Ornaghi

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