sábado, 11 de setembro de 2010

VIDA E MORTE

Velas que se apagam, nada mais que vidas que
se acabam. Ao passo que nascemos para viver,
envelhecemos para morrer. Homens fortes,
homens com sorte, todos provarão o doce sono
da morte.

De fato é um corte profundo na existência, e em
sua insistência o mundo procura recorrer à
ciência, tentando sobreviver a um entardecer
que determina os que partirão e em solidão os
mais íntimos deixarão.

Imprevisível é a sua presença invisível, e
enquanto os dias se adiantam e os anos
rapidamente te desencantam constantemente
o ser humano é surpreendido pelo acaso e
arrependido é levado pelo ocaso.

Claudicações de uma vida mal vivida tiram sua
agilidade e repercutem no desespero de muitos
dos corações que na fragilidade de um último
suspiro elevam suas mais dolorosas emoções
e deixam as mais penosas recordações.

Não há mais o que reparar, não há mais tempo
para se curar, para se salvar, para prantear,
pois seu fim chegou, alguém talvez se magoou,
mas sua essência agora acabou, sua existência
expirou e sua alma a morte ceifou.

Essa sina só fascina o anjo das trevas, mas
enquanto sua temporária eternidade lhe traz
à tona a sua delicada realidade, uma
complicada contrariedade se faz para ele
também verdade.

Se ainda não sabe, a Deus não cabe a vida de
seus filhos tirar, e quem com isso vai ter que
lidar é você, que não sabe se guiar e acha que
sozinho vai conseguir se virar antes de a sua
vez a qualquer momento chegar.

Lucas O. Ornaghi

2 comentários:

  1. Adorei, são lindas as frases de quem sabe trabalhar com as palavras......

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    1. Obrigado Karoline. Espero que goste dos outros poemas também. Abs ;)

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