Tão rápida a esperança na noite se perdeu e diante de
meus insones olhos abruptamente o Sol várias vezes
nasceu. Dias passaram, mas nada me acrescentaram,
anos me envelheceram, mas minha alma não
enriqueceram.
Apreensivo o amanhã respiro, alérgico ao ar da vã
existência espirro, solto um suspiro, problemas para
um copo com whiskey transfiro, contra meu reflexo o
punho atiro, com o vidro me firo, por pouco não piro
e o sangue de meus pulsos de vez tiro.
Sempre comprimido, abatido, a um insignificante
reduzido, como um animal enjaulado, rigidamente
disciplinado, sou abusado, privado, institucionalizado.
A infelicidade consentir, a mentir e sorrir sou
ordenado, controlado para não ser brutalizado e
acordar um marginalizado pelo sistema descartado.
Não me deixe apodrecer. Eu já sou um fragmento da
existência, uma sombra de um tempo passado que
ainda sobrevive no vazio e tédio do presente.
Sei o que buscar, mas não sei onde encontrar. O que
eu não tenho o sistema insiste em oferecer, mas nunca
é o que eu preciso para feliz ser.
As pessoas querem suas ideias me vender, mas nada é
o que parece ser, pois tudo o que elas têm a oferecer é
um mundo de ilusões que vai infeliz te fazer.
Trilhando um caminho incerto eu olho para o
horizonte à procura de algo que me satisfaça, mas o
que restou nesse mundo eu chamo de desgraça.
Lucas O. Ornaghi
"Não me deixe apodrecer. Eu já sou um fragmento da
ResponderExcluirexistência, uma sombra de um tempo passado que
ainda sobrevive no vazio e tédio do presente."
Adorei, é incrível como me identifico com o que escreve! Novamente mandou muito bem =)