sábado, 14 de maio de 2011

A FUNESTA CENA

















Voa um corvo pelos mares
da insanidade, vil agouro
de um horizonte sem paz
nem liberdade.


Há muito que lutamos e
sangramos, cativos duma
jaula de homens ferozes e
marionetes suicidas.


A aranha tem a pomba na
teia, e caos e violência
precedem sua ceia, um
Apocalipse em cadeia.


Triste coro é o que ressoa
do choro da humanidade,
uma viúva na ansiedade,
tão perdida na realidade.


Há desgraça na carcaça do
sonhador, censurado pela
traça e ceifado pela vida
sem graça.


Meu gato Astronauta saiu
atrás de perspectiva e me
deixou só, sem alternativa,
exorcizando fantasmas.


Na veia flui a droga de
quem devaneia, na mente
flui a quimera de quem a
delineia.


Cronos move dias e noites
de mundos em transe, e o
verme, operante, devora a
ruína do ser conflitante.


A massa se aliena, só e fria
a alma se condena, e tinta
e pena poetizam a final e
funesta cena.


Lucas O. Ornaghi

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