domingo, 9 de maio de 2010
MUNDOS JAMAIS PENETRADOS
Viver se tornou um desespero silencioso, um
envelhecer ocioso. Deveríamos usar o tempo para
amar e não sermos tolos em ficar à mercê da
incerteza que essa vida nos vai arrastar.
Queremos dormir, por poucas horas partir, não
mais existir e a angústia deixar de sentir, mas não
deixam-nos nem no sono fugir. Clamemos então
como o som de vozes perdidas a se propagar.
Sem saber onde pisar aprendemos a orar, a
esconder a lágrima que brilha no olhar. Oramos
para as vozes reprimidas da psique expulsar e de
quem amamos não termos mais de nos afastar
nem nas sombras quem somos ocultar.
A vida de ponta cabeça é difícil como um quebra-
cabeça, pois em mundos jamais penetrados não
existem respostas, nada é definitivo e tudo se
perpetua na estrada para o enigmático.
Somos todos sombras uns para os outros, tão
obscuros quanto o próprio universo, que se
estende além do alcance dos olhos, que abriga
mundos inexplorados, jamais penetrados.
Lucas O. Ornaghi
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Mundos Jamais Penetrados eu escrevi pensando na complexidade que cada indivíduo carrega dentro de si ao reprimir suas próprias frustrações. O desejo é o de se libertar desse peso diário de emoções, mas o fato é que nunca conseguimos externar exatamente nossos pensamentos mais sombrios, já que eles simplesmente são parte de nós.
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