à luz vinda da janela eu
escrevo,
e meu coração está cheio,
como
um copo prestes a
transbordar.
Derramam-se meus pensamentos,
evocações de uma alma
poética,
devaneios sobre os tempos,
de dias que se foram e que
virão.
Tão-só a chuva e a aura
falam,
com uma fala mansa e delicada
levam paz à solitude dessa noite,
mas me rememoram momentos.
Eu sei que já estive agrilhoado,
um cativo dentro da minha
psique,
comprimido e aflito, em
silêncio,
sentindo-me vazio, só e
alienado.
Foram tempos sombrios de
outrora,
o que devo vivenciar é o
agora,
preciso abraçar a vinda da
aurora,
permitir os temores irem
embora.
Não escrevo tanto quanto
antes,
talvez minha poesia esteja
doente,
talvez os versos jazam
distantes,
mas não vou deixar de ir em
frente.
Pode o poeta durar eternamente?
Podem a chuva, a aura e a
noite?
Pode a poesia ser esquecida?
Podem a lua e as estrelas?
A vida é feita de idas e
vindas,
de encontros e desencontros,
e o que permanecem são palavras,
um legado de ideias e
momentos.
Eu sei que essa noite se ultimará
e esse poema também findará,
com saudade alguém lembrará,
mas agora um poeta se
despedirá.
Lucas O. Ornaghi
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