sábado, 12 de fevereiro de 2011

ATÉ QUANDO AMOR?

Controle não mais tenho da situação,
não encontro a razão, nada faz
sentido se foi em vão, e agora, tão só
como a solidão, fiel amiga da perdição,
despeço-me da efêmera paixão.


Não sei o quê fazer, não sei onde o
quebranto esconder, não sei sob um
sorriso superficial viver, só sei que
pensar em ti faz minha alma em
profundas dores gemer.


Olhando para o espelho, o olhar além
de uma expressão atinge na viajem do
pensamento uma nova dimensão,
onde na psique e sua extensão mora
a constante indecisão.


Como uma criança, alimentava um
amor inocente, um amor que jamais
mente, um amor permanente, um
amor que não precisa ser conveniente,
um amor que não me deixa carente.


Sim, queria como uma apaixonada
criança novamente ser, não tendo de
a luz da alva temer, não tendo de ver
meu reflexo a cada dia mais adoecer,
nem de lágrimas de desespero verter.


Queria que tu estivesses presente,
sendo da minha felicidade ainda a
semente, mas em seu suspiro vivente
não mais encontro ao lado da sua, a
vida que possa chamar de decente.


O tempo parece ter parado, meu
coração petrificado, minha história em
dor estacionado, inerte como uma
estátua me transformado, ao amor
para sempre me renunciado.


Pergunto-me, como posso de novo me
apaixonar, se o amor, tão frágil
quanto a beleza de uma flor,
indefinidamente desvanecer e a dores
eternas me submeter?


Ah...insólito amor, até quando hão
de as areias do tempo meus dias
vazios marcar, minha busca por ti
precipitar, meus pensamentos
supliciar até enfim o poder achar?


Diga-me Eros que está próximo o meu
amor, cinja-me Afrodite de seu Cestus
e inspire em mim a paixão, devolva-me
a doce sensação, devolva-me um
coração por mim cheio de afeição.


Lucas O. Ornaghi

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