Rubros cada vez mais são os entardeceres
e a luz da alva a expectativa temerosa de
um mundo adúltero que caminha na
estrada de sua ruína, onde as sombras denossas ações nos forçam a viver um
martírio atroz.
Cruzando um mar de rostos
desconhecidos e marcados pela cobiça, a
ansiedade aperta o coração e há
insanidade quando não se quer perder nas
trevas de dias de desesperança os ideais
ignorados de outrora.
Morta e violentada a humanidade é, mas
se indignação foi realmente um dia
emocionada por um coração, esta foi há
muito levada pelo vento tempestuoso que
precedeu à grande tormenta que nos tem
desolado.
A insensatez nos torna a desgraça desse
solo abençoado que herdamos e agora
desesperados iluminação buscamos,
recorrendo às igrejas, onde a cera das
velas não mais é consumida pelo fulgor
de línguas de fogo e há escuridão.
Acorrentado não saio do lugar, e por isso
preciso à psique chegar para me libertar
das correntes desse mundo que mata
minhas quimeras, enterrando verdadeiras
paixões no efêmero viver dessa vida
mecânica.