Uma presença infesta chega
para molestar,
concebe pesadelos capazes de
terrificar,
evoca espectros a cada acre despertar,
reminiscências que renascem
para derrubar.
Torna-se difícil a liberdade
poder respirar
quando olhos alheios fixam-se
para acusar,
almeja-se a morte como meio
de se libertar
da culpa e do medo que vêm para
martirizar.
O semblante no espelho
carrega um olhar
de agonia e solidão capazes
de devastar,
olhos pagãos que não se
deixam enganar
pelos que querem condenar
para daí expiar.
Pode um mundo tão grande
pequeno ficar?
Podem quatro paredes alguém
sufocar?
Vão as cicatrizes para
sempre durar?
Estão as angústias d’alma num
vil altar?
Confrontar os demônios pode
assustar,
mas é preciso parar de nas
trevas caminhar,
abrir as cortinas da mente pode
alumiar
e não há o que a luz não
possa subjugar.
Lucas O. Ornaghi
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