Cai pelo anoitecer o som da
chuva afável,
inabalável chega ao coração
a nostalgia,
tempo de se amar uma velha
fotografia,
ocasião nobre em que recordar
desafia.
O coração resgata a estação
primaveril,
lembra-se de como era a
mente pueril,
sorri saudosamente para aquela
vaidade,
anseia restaurar a feliz
simplicidade.
Lembrar-se da mocidade acalora
a alma,
desperta a exaltação e
também acalma,
reacende a gratidão do quê
se conquistou,
mas reabre feridas da dor
que cicatrizou.
O momento percorre a estrada
da vida,
avança com uma passagem só
de ida,
faz do presente uma futura
lembrança,
e produz no espírito uma
eterna criança.
A luz da aurora trouxe dias
de juventude,
elevou as alegrias e beleza à
magnitude,
e chegou o ocaso não para
entristecer,
mas para se viver e o tempo
enriquecer.
Lucas O. Ornaghi
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